Hoje trazemos pra você uma crônica de Uili Bergamin. Desfrutem deste texto leve e muito agradável!
Em breve muitas dicas de viagens e destinos.
Equipe Sonhe Mais
PELO MUNDO
Viajar é preciso
Sim, eu concordo que a beleza está nos olhos de quem vê. Eu sei que pessoas que viajam demais correm o risco de se sentirem estrangeiros em seu próprio país. Eu não duvido de que o ponto de partida e a maneira como se anda tenham mais importância do que o destino propriamente dito. Tudo isso é verdade, mas de uma coisa eu também tenho certeza: viajar é preciso.
Lançar-se ao desconhecido, descobrir novas paragens, defrontar-se com culturas estranhas obriga a gente a rever nossos conceitos/preconceitos e, muitas vezes, a nos defrontarmos conosco mesmos. Estar diante de uma geografia e de um clima diferente, ter de nos comunicarmos com pessoas que não falam nossa língua, atender costumes que não são conhecidos amplia nosso sentido da existência e nos leva a descobertas sobre a própria terra natal e sobre nosso modo de viver.
Em muitos casos, creio que supervalorizamos nosso mundinho e afazeres cotidianos, dando-lhes a dimensão de Universo. Quando saímos, mesmo que seja pelo período de alguns dias, regressamos diferentes, voltamos mais amplos, com novas experiências na bagagem. Deixamos de achar que o trabalho ou nosso bairro são o centro da Galáxia.
Heráclito dizia que é impossível cruzar o mesmo rio duas vezes, pois a água não será a mesma quando eu regressar, assim como eu não serei o mesmo. Serei o que eu era antes de atravessar o rio, mais a experiência de tê-lo atravessado. Ou seja, volto maior e melhor.
Essas viagens podem ser feitas de muitas maneiras: pode-se voar ao exterior ou então conhecer um município vizinho. Eu, pessoalmente, prefiro ir de carona ou de ônibus, pois gosto de fotografar e registrar tudo, com a máquina e com a retina. Em nossa própria cidade há lugares para serem descobertos. Ou em um bom livro e até mesmo em um filme. O importante é não nos acomodarmos e não matar na gente a capacidade de admiração, de espanto, de gostar e degustar o novo.
As viagens dão uma grande abertura à mente, nos tornando até mesmo profissionais mais completos. Como diria Fernando Pessoa, tomando a frase emprestada do general romano Pompeu: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Por Uili Bergamin
Crônica publicada na Revista Acontece
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